segunda-feira, 28 de janeiro de 2008
Cotas Sociais e Raciais
Nos dias que se seguiram ao vestibular da UFRGS temos acompanhado pela mídia uma forte movimentação de vestibulando e familiares que se sentiram lesados pela implementação das cotas sociais e raciais na universidade. Em tempos de “salve-se quem puder” essas são atitudes que consideramos normais, mas se olharmos do ponto de vista do interesse social, ...
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quinta-feira, 10 de janeiro de 2008
Mulheres e trabalho
Os tempos mudaram, e o papel da mulher na sociedade transforma-se gradualmente. Se uma vez não podiam ter outra ocupação além de cuidar da casa e da família, hoje elas até têm empregos, mas não recebem o mesmo que os homens exercendo igual função. São milhares de braços femininos produzindo para o mercado, sem a valorização merecida. Essa desigualdade mostra que expressões do tipo "o homem trabalha porque é homem e a mulher porque precisa" não foram superadas, como se diz. Apesar de as trabalhadoras já fazerem parte da realidade do mundo do trabalho, este mantém uma identidade masculina muito forte e trata as mulheres como intrusas em um espaço que é seu direito.
Para se ter noção, uma empregadora chega a receber cerca de 16 vezes mais do que uma empregada doméstica. Sob o ponto de vista de classe há um abismo social entre elas. A força das contradições, no entanto, as coloca no mesmo barco. De acordo com a Pesquisa Nacional de Amostras de Domicílios (PNAD/IBGE), de 2005, a diferença de rendimentos de uma empregadora para um empregador é perto de 24,33%. Fato que se repete com as empregadas domésticas, um setor quase totalmente dominado por mulheres (apenas 0,9% são homens). O rendimento delas é 18,19% inferior ao dos homens. Só a informalidade iguala os gêneros. Nos empregos sem carteira assinada, o rendimento entre homens e mulheres difere em apenas 1,18% a favor deles.
A organização das trabalhadoras, desde o início, resultou em um longo processo histórico de transformações sociais que possibilitou às mulheres lutar por direitos, igualdade e autonomia, inclusive comemoramos isso todos os anos no dia 8 de março. Fazer o trabalho das mulheres valer menos que o dos homens, tornar seu corpo e sua vida em mercadoria, ser alvo de várias modalidades de violência são formas de marginalizar as mulheres. O que fazer para mudar isso? O movimento feminista acredita em outro projeto de sociedade, construído por todos e todas, oferecendo as mesmas condições.
Toda luta por igualdade também é luta do movimento feminista, mas é importante reconhecer que a realidade das mulheres será transformada pelas mulheres, e ninguém mais.
*Estudante de Direito e Filosofia e diretora do DCE/UCS
Quem somos?
era a festa do povo negro que resistiu bravamente à escravidão. Era congregação, confraternização, resistência. Um chamado à luta por liberdade e por justiça. Kizomba era festa e resistência cultural de um povo. A festa do negro, do pobre e do índio. Era a exaltação da vida e da liberdade.
Hoje, Kizomba é também um movimento de estudantes com atuação em diversos estados do país. Somos um campo de oposição à maioria da direção da UNE. Entendemos que nossa entidade nacional e o movimento estudantil vivem, há algum tempo, um processo de distanciamento da maioria dos estudantes brasileiros que acaba por conduzi-los a uma profunda crise de legitimidade. Crise esta que somente poderá ser superada a partir de uma radical mudança na forma como o movimento estudantil se organiza hoje e não apenas com a mera alteração da direção das entidades. É uma crise de cultura política e conjuntural que afeta a todos ao atores do ME. A dinâmica que tomou conta da maioria das entidades estudantis favorece práticas antidemocráticas, burocráticas, a despolitização e o desencantamento com o movimento estudantil.
Uma outra cultura política, que privilegie, e estimule de fato, a participação política dos estudantes na construção de suas entidades, que democratize as instancias de decisão do movimento, que dialogue com demandas sempre relegadas à segundo plano, que saiba dialogar com os demais movimentos sociais é para nós um pressuposto para que a UNE e o movimento estudantil se fortaleçam e recuperem um papel mais protagonista nos grandes debates nacionais e nas disputas colocadas no atual período.
Kizomba, o nome de nossa tese, é uma referencia explicita à trajetória de resistência negra, indígena e popular desenvolvida no Brasil ao longo de nossa história. Para nós, o legado de luta de nosso povo deve ser a referencia fundamental para que o movimento estudantil se revigore, se reencontre com sua própria historia.
Kizomba é um movimento vivo, ainda em construção. Não pretendemos ter todas as repostas para o movimento estudantil. Queremos apenas que elas sejam encontradas em um ambiente democrático, participativo. Convidamos você a participar conosco desta caminhada.
Boa luta!