sexta-feira, 18 de julho de 2008

Estudantes protestam contra a criminalização dos movimentos sociais

“Nas ruas, nas praças, quem disse que sumiu. Aqui está presente o Movimento Estudantil”, e ontem, 16/07, os estudantes reunidos no 29° Encontro Nacional dos Estudantes de Direito (ENED), fizeram valer essas palavras. Um ato público reuniu cerca de 400 participantes entre estudantes, sindicalistas, movimento popular, pastorais sociais, Movimento dos Trabalhadores Desempregados (MTD) e Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST).

O ato iniciou com uma mística, organizada pelo MTD, que questionava o tratamento privilegiado que as grandes empresas recebem do governo estadual, enquanto cabia aos movimentos sociais, que questionam essa política, a repressão.

Segundo o Diretor de Extensão da Federação Nacional dos Estudantes de Direito, FENED, e estudante da UFRGS, Rafael Lemes, o objetivo da manifestação era protestar contra um relatório do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul aprovado em dezembro de 2007 intitulava o MST como grupo terrorista. Esse documento serviu de base para oito ações judiciais contra o movimento, entre elas, o despejo, a proibição de marchas e o deslocamento de acampamentos. Além dessa ação do MP estão outras políticas de repressão aos movimentos sociais praticadas pela novo comando da Brigada Militar gaúcha, sob o comando do Coronel Mendes e sob ordem direta da Governadora Yeda Crusius, ou seja, há uma política declarada de criminalização dos movimentos sociais, no Rio Grande do Sul.

Todos os representantes que usaram a palavra criticaram o relatório do Ministério Público. Falando em nome da UNE, Camila Tomazzoni Marcarini, diretora de comunicação, disse que vários atos estavam acontecendo pelo país em defesa da liberdade de manifestação dos movimentos. Lembrou também que várias conquistas como: voto das mulheres, a universalização da saúde pelo SUS, a liberdade de expressão foram conquistadas nas lutas de militantes ao longo dos anos. “Com ou sem ações judiciais os movimentos continuarão na luta”, finalizou Camila

Após as falas iniciais os manifestantes foram, em marcha, até a sede do Ministério Público onde foi feita a entrega de um documento à Coordenadora do MP de Caxias do Sul, Promotora Adriana Karina Diesel Chesani. A promotora recebeu uma comitiva com os representantes dos movimentos presentes. Na audiência ela reafirmou a posição de que o Ministério Público, enquanto instituição, não é a favor da dissolução do MST ou de qualquer outro movimento social. “No MP existe autonomia funcional e essa é a posição de um promotor e não representa a posição de toda a instituição”, esclareceu Adriana.

Para a organização do ato os objetivos foram cumpridos. O Diretor de Comunicação da FENED, Gabriel Ferreira Neves, diz que a manifestação foi um sucesso: “colocamos a FENED no eixo de entidades que lutam por uma profunda transformação de nossa injusta sociedade”, sentencia.

Baixe o panfleto distribuído no ato

Veja outras fotos do ato

2 comentários:

elektrofossile disse...

Tá dando comentário o ato da Aula Inaugural do semestre 2009/2 do Direito UCS. E o Wesley em bsb... Folha de São Paulo tá metendo pau

salsapeople disse...

Great post and insights. Again thanks for sharing your knowledge with us. I found a lot of useful tips from this post.
I also adore Kizomba dance. Kizomba is slow and sensual. It is fun and amazingly interesting to do. It can keep you fit physically, for sure, but also, psychologically as it is a great stress buster. It is not only a dance form, it is an emotional and connecting piece of art. It is designed to make you and your partner feel closer and more connected emotionally.

Quem somos?

Kizomba...

era a festa do povo negro que resistiu bravamente à escravidão. Era congregação, confraternização, resistência. Um chamado à luta por liberdade e por justiça. Kizomba era festa e resistência cultural de um povo. A festa do negro, do pobre e do índio. Era a exaltação da vida e da liberdade.

Hoje, Kizomba é também um movimento de estudantes com atuação em diversos estados do país. Somos um campo de oposição à maioria da direção da UNE. Entendemos que nossa entidade nacional e o movimento estudantil vivem, há algum tempo, um processo de distanciamento da maioria dos estudantes brasileiros que acaba por conduzi-los a uma profunda crise de legitimidade. Crise esta que somente poderá ser superada a partir de uma radical mudança na forma como o movimento estudantil se organiza hoje e não apenas com a mera alteração da direção das entidades. É uma crise de cultura política e conjuntural que afeta a todos ao atores do ME. A dinâmica que tomou conta da maioria das entidades estudantis favorece práticas antidemocráticas, burocráticas, a despolitização e o desencantamento com o movimento estudantil.

Uma outra cultura política, que privilegie, e estimule de fato, a participação política dos estudantes na construção de suas entidades, que democratize as instancias de decisão do movimento, que dialogue com demandas sempre relegadas à segundo plano, que saiba dialogar com os demais movimentos sociais é para nós um pressuposto para que a UNE e o movimento estudantil se fortaleçam e recuperem um papel mais protagonista nos grandes debates nacionais e nas disputas colocadas no atual período.

Kizomba, o nome de nossa tese, é uma referencia explicita à trajetória de resistência negra, indígena e popular desenvolvida no Brasil ao longo de nossa história. Para nós, o legado de luta de nosso povo deve ser a referencia fundamental para que o movimento estudantil se revigore, se reencontre com sua própria historia.

Kizomba é um movimento vivo, ainda em construção. Não pretendemos ter todas as repostas para o movimento estudantil. Queremos apenas que elas sejam encontradas em um ambiente democrático, participativo. Convidamos você a participar conosco desta caminhada.

Boa luta!