O ato iniciou com uma mística, organizada pelo MTD, que questionava o tratamento privilegiado que as grandes empresas recebem do governo estadual, enquanto cabia aos movimentos sociais, que questionam essa política, a repressão.
Segundo o Diretor de Extensão da Federação Nacional dos Estudantes de Direito, FENED, e estudante da UFRGS, Rafael Lemes, o objetivo da manifestação era protestar contra um relatório do Conselho Superior do Ministério Público do Rio Grande do Sul aprovado em dezembro de 2007 intitulava o MST como grupo terrorista. Esse documento serviu de base para oito ações judiciais contra o movimento, entre elas, o despejo, a proibição de marchas e o deslocamento de acampamentos. Além dessa ação do MP estão outras políticas de repressão aos movimentos sociais praticadas pela novo comando da Brigada Militar gaúcha, sob o comando do Coronel Mendes e sob ordem direta da Governadora Yeda Crusius, ou seja, há uma política declarada de criminalização dos movimentos sociais, no Rio Grande do Sul.
Todos os representantes que usaram a palavra criticaram o relatório do Ministério Público. Falando em nome da UNE, Camila Tomazzoni Marcarini, diretora de comunicação, disse que vários atos estavam acontecendo pelo país em defesa da liberdade de manifestação dos movimentos. Lembrou também que várias conquistas como: voto das mulheres, a universalização da saúde pelo SUS, a liberdade de expressão foram conquistadas nas lutas de militantes ao longo dos anos. “Com ou sem ações judiciais os movimentos continuarão na luta”, finalizou Camila
Após as falas iniciais os manifestantes foram, em marcha, até a sede do Ministério Público onde foi feita a entrega de um documento à Coordenadora do MP de Caxias do Sul, Promotora Adriana Karina Diesel Chesani. A promotora recebeu uma comitiva com os representantes dos movimentos presentes. Na audiência ela reafirmou a posição de que o Ministério Público, enquanto instituição, não é a favor da dissolução do MST ou de qualquer outro movimento social. “No MP existe autonomia funcional e essa é a posição de um promotor e não representa a posição de toda a instituição”, esclareceu Adriana.
Para a organização do ato os objetivos foram cumpridos. O Diretor de Comunicação da FENED, Gabriel Ferreira Neves, diz que a manifestação foi um sucesso: “colocamos a FENED no eixo de entidades que lutam por uma profunda transformação de nossa injusta sociedade”, sentencia.