segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Outra UBES é possível!

Nossa bancada apresentou na etapa estadual do CONUBES o programa da nova cultura para o movimento estudantil. Em um Congresso marcado pelo autoritarismo e despolitização com que o bloco UJS/Mutirão conduziu o congresso, pautamos nossa intervenção na defesa de um programa de democratização da Ubes. Defendemos o final do funil, a obrigatoriedade da eleição direta dentro das escolas para a eleição das delegações para o CONUBES, a criação dos conselhos fiscal e editorial na entidade, além da pauta de garantia mínima de 30% de mulheres na diretoria da UBES.

Essa aliança é de coração, UJS e Mutirão!

Nossa resolução de ME, com o programa exposto acima, foi derrotado pelo bloco PMDB/PTB/PCdoB, que insistiu em apresentar uma resolução para o congresso da Ubes que falava unicamente na edição do pretenso congresso da UGES, não incluindo nenhum dos temas por nós apresentados. Votaram com a gente a resolução de movimento estudantil o MPT e a AE.
Também votamos com a AE e o MPT as resoluções pela inexistência do Congresso da Uges, e de repúdio ao patrocínio da Aracruz ao Congresso da UGES. A UJS se absteve da votação contra a Aracruz.

É importante destacar também o autoritarismo do bloco UJS Mutirão na sistematização das resoluções, onde sequer foi garantido para as outras forças presença na comissão. Depois de usarem expedientes como horários e locais da reunião errados, a UJS nos apresentou as propostas de resolução (elaboradas por eles e pelo mutirão) 5 minutos antes do início da plenária final. As coisas chegaram a um ponto tal que tivemos que lutar para poder apresentar resoluções, uma vez que a informação sobre o horário de início da plenária final era propriedade privada do bloco stalinista.


Que baixaria, o MPT virou mercadoria!

O momento mais lamentável do Congresso foi protagonizado pelo Movimento PT (Mãos à Obra). Depois de fechar chapa de unidade do PT, posicionar bancada ao lado da nossa, elaborar resoluções conjuntas, e votar todas as resoluções, fecharam acordo com a chapa PMDB/PTB/PcdoB, cinco minutos antes da votação das chapas, no mesmo momento em uma militante do MPT era agredida com garrafas e papéis durante sua defesa da resolução contra a Aracruz. O motivo da saída do MPT da nossa chapa foi o acordo com a UJS de um delegado a mais, isso é; A UJS comprou o MPT pela quebra de três delegados que tinha no congresso estadual. Baratinho, baratinho...

Desiste, desiste, a Uges não existe!

Outra marca da nossa intervenção nesse congresso foi a denuncia da farsa protagonizada pela UJS e pelo MR-8 com o pretenso Congresso da UGES. Nessa questão conseguimos garantir a realização de plenárias finais diferenciadas, uma para o Congresso da Ubes, outra para a farsa da UGES, já que a proposta do bloco majoritário era realizar as plenárias conjuntamente, o que iria favorecer a legitimação da farsa.
Outra vitória da nossa intervenção foi garantir o direito de voto dos delegados que estavam presentes, uma vez que a proposta da UJS era de não realizar a votação. Segundo eles esse era um desgaste desnecessário já que todas as forças tinham o mapa das delegações, e nós já poderíamos definir as bancadas a para a etapa nacional a partir disso.


Eu sou Kizomba, não abro mão, do socialismo e da revolução!

O desafio de repensar o modo de se fazer movimento estudantil está conectado a construção cotidiana de uma nova sociedade. Nestes dois dias de congresso da UBES nossa bancada mostrou que é possível construir um movimento estudantil democrático, horizontal, participativo. O resultado mais positivo do Conubes aqui no Rio Grande do Sul foi esse, saímos de Tramandaí com a certeza de que avançamos muito na construção de uma nova geração militante no movimento secundarista.
Uma galera que lutou por democracia na UBES, que denunciou o aparelhismo e o imobilismo nos quais está afundada a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas.
É preciso mudar, democratizar a UBES, torná-la uma entidade de luta. Uma nova cultura política é necessária. Uma cultura de prática e objetivos plurais, solidários e sustentáveis. Essa nova cultura tem nome: KIZOMBA!

2 comentários:

Douglas Bresolin disse...

Olá!

Meu nome é Douglas Bresolin e estav presente no congresso da UGES sem representar nenhuma força. Lá tive a oportunidade de conhecer os movimentos de juventude. Conheci a UJS, a JR8, o MJT, o MPT, a Kizomba a JPMDB e outras. O que pude perceber é que a composição que existia na UGES era de trabalho, inclusive me acharam na escola onde eu era presidente do grêmio, assim como fizeram em outras escolas estado a fora. Depois do congresso da UGES fui pesquisar sobre os movimentos. Descobri e afirmo: a Jr8 não é PMDB, a UJS é pc do b e os outros todos representam algum partido político. Sabe quantas vezes eu vi um militante de qualquer juventude do pt aqui no estado? Uma. No congresso da UGES. Sobre o artigo aqui escrito. É infeliz dizer que a maior entidade estadual do país, que representa a classe dos estudantes com conselheiro estadual de educação e outros, não existe. Primeiro, se não existisse como levaria tanta gente para o congresso? Como conseguiria reconhecimento pela UBES a ponte de a mesma realizar a etapa estadual junto com o congresso da UGES. Se não existe, por que a Kizomba estava presente e se deu o trabalho de escrever esse artigo?
Bom, a UGES existe e tem atuação, isso eu pude comprovar. A Kizomba eu vi lá no congresso, porém nunca mais a vi. As posições da Kizomba no congresso foram muito equivocadas, na minha opinião. Se eu acreditasse que não existe um trabalho na entidade, que é farsa política. Eu iria realizar um grande trabalho e mudar essa realidade. Principalmente se eu fosse envolvido com um grande partido político, como o PT e tivesse "condições" de o fazer. A pergunta que me faço é: Por que o PT não investe no Kizomba para que o mesmo possa crescer. Se um movimento DENTRO do partido não tem o apoio do mesmo, significa que algo está equivocado. A juventude do MR8 (JR8) foi a que mais me chamou a atenção no congresso, com posição firme e sem medo de abordar os temas, enquanto outras forças ficaram com medo de me responder perguntas, a JR8 me respondeu a tudo. Hoje reconheço a JR8 como o mais qualificado movimento de juventude do Brasil. A UJS é outro movimento, e por ter uma boa atuação muitas vezes, acabam naturalmente sendo parceiros. Sobre Stalin: Stalin meu amigo, foi o cara que colocou o socialismo em parte atendendo a vontade da maioria e dando segmento ao trabalho de Lenin. Trotsky por sua vez com uma mascarada posição comunista atentou sempre contra o socialismo fazendo, inclusive, acordo com Adolf Ritller (nazista). É democracia que se pede? Então fica aí o desafio. Quero ver até que ponto o Kizomba é democrático. Quero ver se esse comentário vai poder permanecer aqui como a opinião sincera de um estudane de 18 anos do estado do RS.

Douglas Bresolin disse...

Coreeção: Stalin foi o cara que colocou o socialismo de fato na Russia atendendo a vontade da população...

Quem somos?

Kizomba...

era a festa do povo negro que resistiu bravamente à escravidão. Era congregação, confraternização, resistência. Um chamado à luta por liberdade e por justiça. Kizomba era festa e resistência cultural de um povo. A festa do negro, do pobre e do índio. Era a exaltação da vida e da liberdade.

Hoje, Kizomba é também um movimento de estudantes com atuação em diversos estados do país. Somos um campo de oposição à maioria da direção da UNE. Entendemos que nossa entidade nacional e o movimento estudantil vivem, há algum tempo, um processo de distanciamento da maioria dos estudantes brasileiros que acaba por conduzi-los a uma profunda crise de legitimidade. Crise esta que somente poderá ser superada a partir de uma radical mudança na forma como o movimento estudantil se organiza hoje e não apenas com a mera alteração da direção das entidades. É uma crise de cultura política e conjuntural que afeta a todos ao atores do ME. A dinâmica que tomou conta da maioria das entidades estudantis favorece práticas antidemocráticas, burocráticas, a despolitização e o desencantamento com o movimento estudantil.

Uma outra cultura política, que privilegie, e estimule de fato, a participação política dos estudantes na construção de suas entidades, que democratize as instancias de decisão do movimento, que dialogue com demandas sempre relegadas à segundo plano, que saiba dialogar com os demais movimentos sociais é para nós um pressuposto para que a UNE e o movimento estudantil se fortaleçam e recuperem um papel mais protagonista nos grandes debates nacionais e nas disputas colocadas no atual período.

Kizomba, o nome de nossa tese, é uma referencia explicita à trajetória de resistência negra, indígena e popular desenvolvida no Brasil ao longo de nossa história. Para nós, o legado de luta de nosso povo deve ser a referencia fundamental para que o movimento estudantil se revigore, se reencontre com sua própria historia.

Kizomba é um movimento vivo, ainda em construção. Não pretendemos ter todas as repostas para o movimento estudantil. Queremos apenas que elas sejam encontradas em um ambiente democrático, participativo. Convidamos você a participar conosco desta caminhada.

Boa luta!