
Hoje elas...
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Centralização das concessões
Entretanto por trás da festa, do dinheiro, das matérias em TVs, dos cadernos especiais dos jornais, existem vários pontos contraditórios ou mal resolvidos sobre o sistema de TV Digital. O primeiro deles é a escolha do sistema. Para a TV Digital o sistema escolhido foi o japonês (ISDB). Para isso o Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre, comitê responsável pela implementação da TV Digital, ignorou os padrões que estavam sendo constituídos por diversas universidades brasileiras, entre elas a PUC-RS. O trabalho da PUC se concentrou em obter soluções que iam dos ajustes dos receptores até o sistema de transmissão. A justificativa oficial para a escolha do padrão japonês é o intercâmbio de tecnologia. Infelizmente houve o desprezo pelo trabalho desenvolvido ao longo de quase 10 anos de pesquisas. Quem ganhou realmente com a escolha desse sistema foram as empresas de comunicação e as empresas japonesas. As redes de TV preferiam o ISDB por ter uma maior capacidade de operação em áreas montanhosas (como o Rio de Janeiro) ou com muitos prédios (como São Paulo), isso significa que sinais mais fortes necessitam de menos antenas e logicamente menores custos. Ganham também as empresas que venderão, e “repassarão” a tecnologia para o Brasil.Retomar a luta
Muda hoje apenas a estética (cenários merecerão mais cuidados por que imperfeições aparecerão na tela). Muda também que a TV irá virar um shopping center (você poderá comprar produtos diretamente pela TV). Mas o que muda para que as informações fluam com mais liberdade? Para que existam mais versões sobre o mesmo fato? Por enquanto isso não faz parte da pauta das emissoras e infelizmente nem do próprio governo. A TV Digital estréia com o objetivo de fazer melhor o que ela já faz. As novelas serão mais bonitas, as partidas de futebol serão mais emocionantes (você poderá escolher com qual câmera verá um determinado lance), os filmes parecerão cinema e só. A vontade da população ainda será pouco observada e a tal interatividade não terá tantas escolhas assim.¹ Camila Marcarini é estudante de Letras da Universidade de Caxias do Sul, diretora de comunicação da UNE e foi presidente do DCE/UCS
Resultado Final das Chapas
Chapa | Votos |
22 | 326 |
33 | 833 |
44 | 1265 |
55 | 61 |
Hoje, Kizomba é também um movimento de estudantes com atuação em diversos estados do país. Somos um campo de oposição à maioria da direção da UNE. Entendemos que nossa entidade nacional e o movimento estudantil vivem, há algum tempo, um processo de distanciamento da maioria dos estudantes brasileiros que acaba por conduzi-los a uma profunda crise de legitimidade. Crise esta que somente poderá ser superada a partir de uma radical mudança na forma como o movimento estudantil se organiza hoje e não apenas com a mera alteração da direção das entidades. É uma crise de cultura política e conjuntural que afeta a todos ao atores do ME. A dinâmica que tomou conta da maioria das entidades estudantis favorece práticas antidemocráticas, burocráticas, a despolitização e o desencantamento com o movimento estudantil.
Uma outra cultura política, que privilegie, e estimule de fato, a participação política dos estudantes na construção de suas entidades, que democratize as instancias de decisão do movimento, que dialogue com demandas sempre relegadas à segundo plano, que saiba dialogar com os demais movimentos sociais é para nós um pressuposto para que a UNE e o movimento estudantil se fortaleçam e recuperem um papel mais protagonista nos grandes debates nacionais e nas disputas colocadas no atual período.
Kizomba, o nome de nossa tese, é uma referencia explicita à trajetória de resistência negra, indígena e popular desenvolvida no Brasil ao longo de nossa história. Para nós, o legado de luta de nosso povo deve ser a referencia fundamental para que o movimento estudantil se revigore, se reencontre com sua própria historia.
Kizomba é um movimento vivo, ainda em construção. Não pretendemos ter todas as repostas para o movimento estudantil. Queremos apenas que elas sejam encontradas em um ambiente democrático, participativo. Convidamos você a participar conosco desta caminhada.
Boa luta!